digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, agosto 03, 2010

A ilha





















Só mais além. Acabou-se. O destino só não tem fim, porque sempre se pode voltar para trás. Ter coragem para ficar, ter coragem para retroceder. Se ficar não tem futuro, voltar só tem passado. Para além, nada mais.
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Precipício e eu sem asas. Um monte alto, escarpado, ilha agreste. Tanto faz silêncio, tanto faz vento. À volta, o mesmo céu mais que negro ou o Sol matador. O mar revolto, armadilha para corajosos. De lá não se volta.
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Nem frio nem calor, mas solidão. Dias de diálogos de mim para comigo. Noites agitadas de ansiedade. Pequeno demais para ser um reino, de um homem só. Agulha de vento rodeada de nostalgia a toda a volta. Ilha dos medos e das certezas.
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Além desta circunferência tosca não há nada. A esperança é o sonho, a realidade é de vento, granito e salpicos de sal. Voltar, só para o centro deste reino de um homem só. Para além, nada mais.

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