digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, março 18, 2010

Memória por instantes

Hoje no jardim da Parada cheirou-me à Feira Popular. Chegou-me ao estômago e ao cérebro uma mistura de saudades, desejos, diversão e fascínio... o espaço, a multidão, as pinturas murais, as atracões mecânicas, a casa dos espelhos…
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A Feira Popular era a parte boa dos circos. Sem palhaços nem domadores de feras, sem contorcionistas nem equilibristas. Só a parte boa, o aroma das frituras de churros e farturas, da carne a grelhar, o frango, das saladas a puxar ao vinagre, frescas.
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Veio-me, assim, a velha Feira Popular ao nariz. Devia ter ficado ali parado a absorver as memórias? Preferi vir embora para que a nostalgia fique onde está e guarde dela esse manto invisível de amor não correspondido. Como se, muitos anos passados, reencontrasse o amor maior e não lhe falasse, apenas ficasse a pensar o que teria sido a vida se nós não tivessemos chegado a um fim. Em qualquer caso, é melhor não saber, não ficar, não vá o espelho estilhaçar-se.
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Nota: Vi-me aflito para ilustrar este texto e, mesmo assim, não consegui o que queria.

3 comentários:

Anónimo disse...

Devias ter tu desenhado. Não é coisa que não saibas fazer...
Abraços,
Diogo

João Barbosa disse...

não me lembrei dessa hipótese...

Luiza B. disse...

o espelho quebrou faz tempo :)!

Beijos