Por que hão-de as coisas ter princípio, meio e fim se podem ter e ser só uma?
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A minha vida começou e não sei se vou a meio, mas sei que não hei-de acabar.
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Fosse eu mais leve e já estaria além de qualquer coisa de tangível.
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Como se o céu tivesse um túnel para se ir dali para ali. Indo invisível, chagaria palpável.
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Bola de fumo, pesada como chumbo, a minha vida é uma embrulhada e aguarda que o vento se dissipe. Melhor diria se fosse Alcipe.
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Na boca, meu tesouro. Novelo de filigrana enleada. sabor de fios de ovos, eternidade.
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Na boca, as minhas palavras. Guardadas para se revelarem.
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Por que hei-de pôr nisto um fim, se a finalidade é ir para o fim?
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