digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, dezembro 04, 2009

Despedindo-te

















Aos poucos vais desaparecendo cá de casa. As coisas vão indo, perdendo-se, desgastando-se, partindo-se. Quando saíste, deixaste a casa cheia de lembranças, saías de gavetas, estavas nas toalhas, nos pratos, nos acessórios quotidianos. O passado vai indo, as memórias nas coisas perdem o brilho. Tu, porém, não. Existes ainda em mim, existes muito. Prefiro isso a ter-te em objectos, és mais livre. À noite juntamo-nos no sítio do costume. Dormimos juntos, fazemos novas estórias e o que ficou por fazer na carne. À noite, no sítio do costume.

Sem comentários: