Estava a ouvir o «Octeto de cordas» de Max Bruch, uma composição para quatro violinos, duas violas, um violoncelo e um contrabaixo, quando me lembrei dum vinho...- Será grave andar sempre a lembrar-me de vinho?
- Não será – disse-me o doutor – se os vinhos em que pensar forem de encantar. Esses não fazem mal, fazem bem.
- Oh! Senhor doutor... Os meus vinhos são todos de arte – magiquei.
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Na verdade desconhecia por completo esta obra deste compositor alemão do período romântico, nascido em Colónia em 1838 e ido em 1920. Desculpo-me com o facto de a obra ser pouco divulgada. Suspiro aliviado quando oiço o radialista da Antena 2 afirmar o facto. Alívio! Alívio! A minha ignorância talvez tenha cura.
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Para não estar a laborar sozinho, em manifesto egoísmo intelectual, partilho desde já o nome do vinho: La Rosa Reserve 2004. Este é o topo de gama dos vinhos de pasto duma casa que produz ainda belíssimos Vinhos do Porto e que se encontra estabelecida no Pinhão.
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Para não estar a laborar sozinho, em manifesto egoísmo intelectual, partilho desde já o nome do vinho: La Rosa Reserve 2004. Este é o topo de gama dos vinhos de pasto duma casa que produz ainda belíssimos Vinhos do Porto e que se encontra estabelecida no Pinhão.
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O que tem mesmo a ver o «Octeto de cordas» de Max Bruch com o La Rosa Reserve 2004? Para começar a região do Douro é musical e romântica. As encostas trabalhadas são uma odisseia, são trágicas, são cénicas, são teatrais. Do Baixo Corgo ao Douro Superior tudo está mergulhado na memória dum passado belo. Não há em Portugal região vitivinícola mais romântica do que o Douro. Porém, tudo isto é genérico para classificar um vinho.
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É obviamente difícil, ou mesmo impossível, comparar duas artes ou técnicas diferentes. Quando se faz vinho com elevação e aprumo para que seja mais do que uma bebida e alimento e seja conceito e objecto estético a dimensão da palavra amplia-se. Ao ouvir o «Octeto de cordas» de Max Bruch senti a mesma vivacidade, harmonia, alegria e elegância que presenciei no La Rosa Reserve 2004. Tudo o mais que possa disser será abusivo e forçado.
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Quanto ao vinho, na sua matéria corpórea, nota-se uma boa madeira e simpático equilíbrio com a fruta. Porém, isto são descritores e nada dizem assim a seco. Que importam? Gosto mais de pensar noutras associações. Dizem-me mais!...
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