
O Quinta do Vale Meão 2004 é elegante e majestoso, fácil e simpático. É um Rei! Ainda estou maravilhado e sonho com ele quase todas as noites.
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Gostei quando subi ao monte Meão e avistei a foz do Sabor e as suas águas a juntarem-se às do Douro. Lá de cima avistam-se duas belezas, no mínimo, uma bravia e outra que o homem fez, ou melhor, uma mulher mandou fazer.
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A Quinta do Vale Meão foi a última obra de Maria Antónia Ferreira, a Ferreirinha e hoje aquela quinta é um primor de vinhedos e olivais. Aquela senhora é célebre e já o foi mais. Dela se contaram inúmeras estórias e rumores. Costa que teve amantes e garantem que foi casta. É sina de quem faz obra a colheita de invejas e maledicências. Importa a herança.
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No cimo do monte Meão, ali no distante concelho de Vila Nova de Foz Côa, é visível a obra. Dum lado está a beleza selvagem e improdutiva da terra que o marido da Ferreirinha, Silva Torres, não quis arrebatar em leilão e do outro o encanto arranjadinho da lavoura. Mas a questão está mais além do que a ordem em que as parcelas se encontram, está na qualidade dos produtos obtidos e no empenho que aqueles agricultores têm no seu trabalho.
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A natureza só é generosa para quem a entende e sabe com ela trabalhar. Não há genialidade gratuita. Tudo o que é bom tem uma parte de natural e inato e outra de sabedoria, técnica, esforço e paciência. Há quem possa ou queira acrescentar a sorte, mas nisso não acredito, pois na Quinta do Vale Meão fazem-se vinhos bem feitos há anos sucessivos, pelo que não a qualidade dos espíritos não é fenómeno, mas constância. Há uns anos, a influente e prestigiada Wine Spectator classificou a colheita de 2001 como o vigésimo melhor vinho do mundo. Um feito! Um orgulho com noventa e tal pontos na escala de cem pontos. Este ano, a mesma revista pontuou com noventa e sete (97) pontos o Quinta do Vale Meão de 2004... a mais alta classificação atribuída pela mais influente revista da especialidade a um vinho português que não Vinho do Porto.
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A natureza só é generosa para quem a entende e sabe com ela trabalhar. Não há genialidade gratuita. Tudo o que é bom tem uma parte de natural e inato e outra de sabedoria, técnica, esforço e paciência. Há quem possa ou queira acrescentar a sorte, mas nisso não acredito, pois na Quinta do Vale Meão fazem-se vinhos bem feitos há anos sucessivos, pelo que não a qualidade dos espíritos não é fenómeno, mas constância. Há uns anos, a influente e prestigiada Wine Spectator classificou a colheita de 2001 como o vigésimo melhor vinho do mundo. Um feito! Um orgulho com noventa e tal pontos na escala de cem pontos. Este ano, a mesma revista pontuou com noventa e sete (97) pontos o Quinta do Vale Meão de 2004... a mais alta classificação atribuída pela mais influente revista da especialidade a um vinho português que não Vinho do Porto.
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Confesso-me esmigalhado! Não pela pela pontuação, mas pelo vinho. Fiquei tão deliciado com este tinto que me socorro às palavras de outrem para me exprimir, citadas por grosso sem grande rigor.
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Dizia-me uma amiga enófila que «muitas vezes os grandes vinhos dão luta, criam dificuldades a entenderem-se, mas que este deixa-se beber com uma enorme facilidade e alegria». É isso! É um vinho muito fácil, extremamente guloso, mas que deixa prontamente perceber que é um Rolls Royce. A colheita de 2004 é um monumento!
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