digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, junho 21, 2009

Meados de Junho e o resto do Verão


Pelas manhãs de Junho. Pelas manhãs de final de Maio também. Para as manhãs do próximo solstício. Era ainda apenas uma manhã e já sentia esta música que só compreendi muitos anos depois, mas que saboreei em mil novecentos e oitenta e sete. Sim, nesse ano em Tavira. Sempre Tavira. Cidade de rio de calor, onde se não ia além e tudo vinha aquém. Verão, claro Verão, sempre Verão. Cheiro de erva cortada. Cheiro verde. Lençóis limpos. Virgindade inebriante e toda a vontade do pecado. Consciência atrevida, alegre aventura de medo. Lençóis muito húmidos. Até para o ano. Depois do desgosto e da consciência. Até para o ano. Pelas manhãs de Junho.
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Nota: Viva a manhã de 13 de Junho de 1986 e Agosto de 1987. Viva o Verão de 1988, sobretudo Setembro.

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