Pelas manhãs de Junho. Pelas manhãs de final de Maio também. Para as manhãs do próximo solstício. Era ainda apenas uma manhã e já sentia esta música que só compreendi muitos anos depois, mas que saboreei em mil novecentos e oitenta e sete. Sim, nesse ano em Tavira. Sempre Tavira. Cidade de rio de calor, onde se não ia além e tudo vinha aquém. Verão, claro Verão, sempre Verão. Cheiro de erva cortada. Cheiro verde. Lençóis limpos. Virgindade inebriante e toda a vontade do pecado. Consciência atrevida, alegre aventura de medo. Lençóis muito húmidos. Até para o ano. Depois do desgosto e da consciência. Até para o ano. Pelas manhãs de Junho.
.
.
.
Nota: Viva a manhã de 13 de Junho de 1986 e Agosto de 1987. Viva o Verão de 1988, sobretudo Setembro.
Sem comentários:
Enviar um comentário