digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, maio 02, 2009

Celebra-se hoje, dois de Maio, mas poderia ser noutro dia qualquer


- Lembras-te de dançar isto?
- Claro que me lembro!
- Fartámo-nos de dançar.
- Nunca me fartei…
- Conhecemo-nos com esta música.
- Foi?
- Foi! Então, não te lembras?
- Claro que me lembro. Mas, não me estava a lembrar.
- Lembras-te ou não?
- Lembro-me.
- Então por que não te estavas a lembrar?
- Não sei. É que lembro-me desta música, mas não me lembro de ti.
- Não te lembras de mim?! Como não te lembras de mim?!
- Sim, claro que me lembro de ti…
- Então, não nos fartámos de dançar esta música?...
- Eu fartei-me e acredito que tu também, mas não me lembro de ter dançado isto contigo...
- Não te lembras?! Como não te lembras?! Conhecemo-nos a dançar isto…
- Foi?!
- Foi!
- Então, é melhor estar calado, não é?!
- É!
- Pois…
- E sabes que dia é hoje?
- Sábado, dois de Maio…
- Óbvio! Mas sabes que dia é? Qual a importância?... O que significa?
- Não!
- Não? Tens a certeza que não sabes? Pensa lá bem…
- Deixa-me ver… hummm… Dois de Maio… Dois de Maio… Não sei. Diz lá.
- Pensa lá bem…
- Sei lá… ah! Já sei faz anos que é o dia seguinte ao dia do trabalhador.
- Estúpido! Faz anos que nos conhecemos…
- Epá! Não sei como me fui esquecer… desculpa!
Desculpa?! Tu não me conheces… vais ter…
- Vou ter?... Não te conheço?! Então, conhecemo-nos ou não?
- Tu queres levar!... Queres, queres…
- A única coisa que quero levar, é a ti, para casa.
- Ai agora sou uma coisa?!
- És a coisinha mais fofa…
- Coisinha? Vai-te embora, que não te conheço…
- Então vou pôr outra vez esta música para nos passarmos a conhecer.
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Nota: Este diálogo não foi real, mas traduz uma hipótese de realidade. Não me lembro bem, mas acho possível.

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