
- Sim, estou só a acabar de me arranjar.
- Há que tempos estás a acabar de te arranjar.
- Não comeces.
- Eu despacho-me num instante e fico sempre à tua espera, e para te despachares com calma ainda vou primeiro. Apanho com cada seca.
- Já está quase. Não vês que tive de secar o cabelo e do esticar.
- Siiiim, está bem… (suspiro amigável)
- Só mais cinco minutos.
- Mais um quarto de hora, queres tu dizer.
- Não me chateies, porque assim demoro mais.
.
.
.
- Estou pronta. Vamos?
- Mas não me apetece nada ir às compras.
- Querido, mas tem de ser. Temos de ir. Preciso de roupa e tu também devias comprar para ti. Preciso urgentemente de comprar calças. As que tenho estão velhas e algumas quase que não me servem.
- Vá lá, a sério…
- Não protestes. Não demoramos muito.
- Nunca demoro muito. Tu é que passas a tarde enfiada nas lojas.
- Já te disse que não demoro muito.
- Dizes sempre isso e é sempre a mesma coisa. (ligeiro amuo)
- Não me chateies, vou só ver calças. Depois vamos.
- Uf! (suspiro resignado)
- Anda…
- Mas tu tens tantas calças… e ficam-te bem, ficas linda.
- Não comeces com fitas.
.
.
.
- Fica-me bem este vestido?
- Sim, parece-me bem.
- Achas?
- Acho.
- Não o achas demasiado curto aqui à frente?
- Não. Parece-me bem.
- Humm… não sei.
- Siiiim… fica-te bem. (suspiro condescendente)
- Oh! Só queres é tudo a despachar. Vá lá, diz-me, fica-me bem?
- Já te disse que sim. Não sei por que perguntas, se nunca ouves o que te digo.
- Claro que oiço. Então, achas que me fica mesmo bem?
- (suspiro)
- Então e este? Não achas melhor?
- Esse é azul o outro é preto…
- Oh! Mas dá para as mesmas ocasiões.
- Se gostas mais do azul, leva antes esse.
- Achas?!...
-Então e em relação àquele outro? O primeiro?
- Já não me lembro… experimentaste três vestidos pretos, além deste, o azul e o outro bordeux…
- Nunca te lembras de nada.
- O que queres, já estou farto de estar aqui.
- Não te queixes, que ainda agora chegámos.
- Ainda agora?!
- Bem, diz-me lá, qual deles?
- O terceiro… (suspiro enfadado)
- O terceiro? Aquele?
- Sim… (suspiro desencantado)
- Não acho nada!
- Então, não escolhas esse.
- Ai! Não acho nada!
- Para que me perguntas a opinião? Por que experimentaste esse se não gostas dele?
- Estás sempre com má vontade quando te peço para me ajudares.
- Mas já não sei o que te diga. Já perdi a conta aos vestidos que experimentaste, mais as saias, as blusas e os casacos…
- Então preferes este? É?!
- Siiim… (suspiro de enfado)
- Não me estás a ajudar nada.
- Já não sei o que te diga.
- Então, não digas nada. Vai-te embora. Vai dar uma volta. Prefiro ficar sozinha. Só atrapalhas.
- Suspiro… (alívio moderado)
.
.
.
-Então, querida, já escolheste o vestido.
- Já.
- Então qual foi?
- Não deves querer saber…
- Ai! Diz lá, vá…
- O azul.
- Parece-me bem.
- Mas desse tu não gostavas.
- Nunca disse isso.
- Mas via-se pela forma como tu olhavas.
- Não via nada.
- Então, e tu que fizeste?
- Comprei dois pares de calças e um pulôver.
- E já aqui estás? Foi na primeira loja que entraste… (suspiro conformado)
- Não foi nada! Fui a três.
- Foste, foste. Aposto que nem experimentaste.
- Claro que experimentei.
- Mas ficavam-te bem, as calças? Como caiam?
- Sei lá como caiam… caiam-me bem. Gostei.
- Estou para ver isso… mostra lá o pulôver…
- Vês?!
- Deixa cá ver. Tira-o do saco. Assim não se consegue ver nada.
- Toma.
- Desta cor? Tu sem mim só fazes disparates. Foste comprar um pulôver desta cor?! Minha Nossa Senhora!
- O que tem de mal?
- Ainda perguntas? E esta malha?! Francamente. Não se pode deixar-te ir às compras sozinho.
- Cala-te. Se tivesse ido contigo levava uma hora para comprar umas meias.
- Cala-te tu.
- Bem, vamos embora?
- Espera, ainda quero ver a lingerie…
- Ainda?! Estás há mais de uma hora nesta loja.
- Tem paciência, que ainda temos de ir à Zara e àquelas lojas ali da frente…
- Quais lojas?
- Isso agora não interessa. Deixa-me prestar atenção ao que estou a ver.
- Humpf! (suspiro irritado)
- Acho que daqui já tenho tudo.
- Finalmente!
- Depois, se for preciso mais alguma coisa que me lembre, voltamos cá.
- Mas afinal o que compraste? Que levas aí?
- O vestido, estas duas camisolas… olha para mim quando estou a falar contigo…
- Estou a ouvir. Não preciso de olhar para ti para te ouvir…
- Mas assim não vês as coisas.
- Vejo em casa.
- Não perguntaste o que levo?
- Sim, diz lá… (suspiro de derrota)
- Então, o vestido, estas duas camisolas, este casaquinho de malha e este soutiã.
- Tanto tempo só para isso?!
- Não me provoques.
- Olha lá, revistaste a loja toda durante um horror de tempo e só levas isso?
- Vocês homens não sabem fazer compras!
- Olha lá, não compraste as calças.
- Não.
- Porquê?
- Não vi nenhumas que gostasse.
- Mas tu não ias comprar calças?
- Ia, mas não comprei.
- Mas não era das calças que tu precisavas? Não viemos aqui perder a tarde para comprares as calças e depois não as levares?
- Não vi nada que gostasse… vemos agora nas outras lojas.
- Acho que vou para o café ler o jornal.
- Não vais nada. Vens ajudar-me.
- Mau!
.
.
.
- Gostas destas?
- Goooosto!... (suspiro de grande enfado)
- Dizes isso só para me calares e ires-te embora.
- Siiiim… (suspiro desesperado e sincero)
- Achas que estas me fazem gorda?
- Não.
- Não?
- Não.
- Humpf!... (suspiro aborrecido)
- Pronto, deixa lá ver melhor.
- Diz…
- Sim, gosto.
- Gostas? Gostas mesmo?
- Siiiim… (suspiro inqualificável)
- Não achas que estou gorda?
- Não!
- Mas tenho aqui esta barriga…
- Mas eu gosto dessa barriguinha…
- Vês! Afinal achas que estou gorda.
- Não disse isso.
- Mas pensaste.
- Não pensei nada.
- Não pensaste nada, não pensaste nada. Nunca pensas em nada. Não me estás a ajudar nada com as calças.
- Que mais queres que te diga?
- Não digas nada, pronto.
- Não amues. Vim contigo às compras, não queria vir, vim por ti, contrariado, mas vim, já fomos a todas as lojas, estamos há mais de três horas nisto, estou cansado e farto, e quero ir para casa…
- Agora atiras-me à cara isso? Que vieste comigo por favor?!
- Não disse isso. Não quis dizer isso. Mas, desculpa, estou mesmo muito cansado e muito farto. Anda embora.
- É sempre a mesma coisa. Nunca tens paciência para as minhas coisas.
- Afinal, não levas as calças!...
- Logo vejo calças para a semana. Também não há pressa!
- Deves estar a brincar… estás, não estás?!
.
.
.
Nota: Estória baseada em situações reais… e repetidas… com diferentes protagonistas femininos. Ao que parece, estes acontecimentos verificaram-se também com outros elementos do sexo masculino.
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- Fica-me bem este vestido?
- Sim, parece-me bem.
- Achas?
- Acho.
- Não o achas demasiado curto aqui à frente?
- Não. Parece-me bem.
- Humm… não sei.
- Siiiim… fica-te bem. (suspiro condescendente)
- Oh! Só queres é tudo a despachar. Vá lá, diz-me, fica-me bem?
- Já te disse que sim. Não sei por que perguntas, se nunca ouves o que te digo.
- Claro que oiço. Então, achas que me fica mesmo bem?
- (suspiro)
- Então e este? Não achas melhor?
- Esse é azul o outro é preto…
- Oh! Mas dá para as mesmas ocasiões.
- Se gostas mais do azul, leva antes esse.
- Achas?!...
-Então e em relação àquele outro? O primeiro?
- Já não me lembro… experimentaste três vestidos pretos, além deste, o azul e o outro bordeux…
- Nunca te lembras de nada.
- O que queres, já estou farto de estar aqui.
- Não te queixes, que ainda agora chegámos.
- Ainda agora?!
- Bem, diz-me lá, qual deles?
- O terceiro… (suspiro enfadado)
- O terceiro? Aquele?
- Sim… (suspiro desencantado)
- Não acho nada!
- Então, não escolhas esse.
- Ai! Não acho nada!
- Para que me perguntas a opinião? Por que experimentaste esse se não gostas dele?
- Estás sempre com má vontade quando te peço para me ajudares.
- Mas já não sei o que te diga. Já perdi a conta aos vestidos que experimentaste, mais as saias, as blusas e os casacos…
- Então preferes este? É?!
- Siiim… (suspiro de enfado)
- Não me estás a ajudar nada.
- Já não sei o que te diga.
- Então, não digas nada. Vai-te embora. Vai dar uma volta. Prefiro ficar sozinha. Só atrapalhas.
- Suspiro… (alívio moderado)
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-Então, querida, já escolheste o vestido.
- Já.
- Então qual foi?
- Não deves querer saber…
- Ai! Diz lá, vá…
- O azul.
- Parece-me bem.
- Mas desse tu não gostavas.
- Nunca disse isso.
- Mas via-se pela forma como tu olhavas.
- Não via nada.
- Então, e tu que fizeste?
- Comprei dois pares de calças e um pulôver.
- E já aqui estás? Foi na primeira loja que entraste… (suspiro conformado)
- Não foi nada! Fui a três.
- Foste, foste. Aposto que nem experimentaste.
- Claro que experimentei.
- Mas ficavam-te bem, as calças? Como caiam?
- Sei lá como caiam… caiam-me bem. Gostei.
- Estou para ver isso… mostra lá o pulôver…
- Vês?!
- Deixa cá ver. Tira-o do saco. Assim não se consegue ver nada.
- Toma.
- Desta cor? Tu sem mim só fazes disparates. Foste comprar um pulôver desta cor?! Minha Nossa Senhora!
- O que tem de mal?
- Ainda perguntas? E esta malha?! Francamente. Não se pode deixar-te ir às compras sozinho.
- Cala-te. Se tivesse ido contigo levava uma hora para comprar umas meias.
- Cala-te tu.
- Bem, vamos embora?
- Espera, ainda quero ver a lingerie…
- Ainda?! Estás há mais de uma hora nesta loja.
- Tem paciência, que ainda temos de ir à Zara e àquelas lojas ali da frente…
- Quais lojas?
- Isso agora não interessa. Deixa-me prestar atenção ao que estou a ver.
- Humpf! (suspiro irritado)
- Acho que daqui já tenho tudo.
- Finalmente!
- Depois, se for preciso mais alguma coisa que me lembre, voltamos cá.
- Mas afinal o que compraste? Que levas aí?
- O vestido, estas duas camisolas… olha para mim quando estou a falar contigo…
- Estou a ouvir. Não preciso de olhar para ti para te ouvir…
- Mas assim não vês as coisas.
- Vejo em casa.
- Não perguntaste o que levo?
- Sim, diz lá… (suspiro de derrota)
- Então, o vestido, estas duas camisolas, este casaquinho de malha e este soutiã.
- Tanto tempo só para isso?!
- Não me provoques.
- Olha lá, revistaste a loja toda durante um horror de tempo e só levas isso?
- Vocês homens não sabem fazer compras!
- Olha lá, não compraste as calças.
- Não.
- Porquê?
- Não vi nenhumas que gostasse.
- Mas tu não ias comprar calças?
- Ia, mas não comprei.
- Mas não era das calças que tu precisavas? Não viemos aqui perder a tarde para comprares as calças e depois não as levares?
- Não vi nada que gostasse… vemos agora nas outras lojas.
- Acho que vou para o café ler o jornal.
- Não vais nada. Vens ajudar-me.
- Mau!
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- Gostas destas?
- Goooosto!... (suspiro de grande enfado)
- Dizes isso só para me calares e ires-te embora.
- Siiiim… (suspiro desesperado e sincero)
- Achas que estas me fazem gorda?
- Não.
- Não?
- Não.
- Humpf!... (suspiro aborrecido)
- Pronto, deixa lá ver melhor.
- Diz…
- Sim, gosto.
- Gostas? Gostas mesmo?
- Siiiim… (suspiro inqualificável)
- Não achas que estou gorda?
- Não!
- Mas tenho aqui esta barriga…
- Mas eu gosto dessa barriguinha…
- Vês! Afinal achas que estou gorda.
- Não disse isso.
- Mas pensaste.
- Não pensei nada.
- Não pensaste nada, não pensaste nada. Nunca pensas em nada. Não me estás a ajudar nada com as calças.
- Que mais queres que te diga?
- Não digas nada, pronto.
- Não amues. Vim contigo às compras, não queria vir, vim por ti, contrariado, mas vim, já fomos a todas as lojas, estamos há mais de três horas nisto, estou cansado e farto, e quero ir para casa…
- Agora atiras-me à cara isso? Que vieste comigo por favor?!
- Não disse isso. Não quis dizer isso. Mas, desculpa, estou mesmo muito cansado e muito farto. Anda embora.
- É sempre a mesma coisa. Nunca tens paciência para as minhas coisas.
- Afinal, não levas as calças!...
- Logo vejo calças para a semana. Também não há pressa!
- Deves estar a brincar… estás, não estás?!
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Nota: Estória baseada em situações reais… e repetidas… com diferentes protagonistas femininos. Ao que parece, estes acontecimentos verificaram-se também com outros elementos do sexo masculino.
2 comentários:
Ai ai!...
Ainda bem que estou sozinha em casa, porque ainda me batiam por estar às gargalhadas a esta hora! Um must! :)) Vou dormir com um sorriso largo, eheheh! Beijo *
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