digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, outubro 01, 2007

Saudade e memória

Tínhamos prometido ser sempre amigos, mas nunca vi as fotografias das tuas viagens. Tudo passou como um sonho, um número mágico em anos.
As noites são longas. As noites passam-se em claro. As noites não têm claridade. É uma saudade e a tristeza dos momentos que não se quiseram. Resta o mesmo desejo de amizade e a lembrança do brilho no olhar.
Tínhamos prometido ser sempre amigos, mas um de nós teve medo. Mas um de nós morreu precipitado. Os dois chorámos, em separado, mas chorámos. Chorámos, por razões diferentes, mas chorámos. Chorámos por razões quase iguais.
Tínhamos prometido tanta coisa... tínhamos prometido tanta coisa e agora, agora é uma mágoa no passado, uma incomodação, um desejo de esquecimento. Tínhamos prometido tanta coisa e ninguém, além de nós, nos ouviu.
Quem somos hoje? Tens a tua viuvez e eu os meus remorsos. Há um tempo de lágrimas que nos separou e todas as dores e medos a soprar contra. Tínhamos prometido ser sempre amigos. Tínhamos prometido tanta coisa. Hoje talvez nada reste de cada um no outro.

2 comentários:

Anónimo disse...

Lindo, como só tu sabes fazer ;)

Folha de alface disse...

beijito gde :)