O leite entornado exala o odor da nascente infância. Na mesa, as moscas rondam o banquete e com as patas sujam e provam. As moscas têm sempre razão quanto à comida. O ar fresco chega em forma de vento, mas não leva nem as recordações nem o cheiro da nascente infância.
Havia dias escuros. Havia pesadelos dificilmente explicáveis. Havia mil receios e a carência do abraço da mãe. Havia um quarto escuro e solidão, nas noites intermináveis e rompidas pela precoce insónia. Havia o cheiro do leite.
O dia das felicidades acontecia sempre no Natal. Depois havia os outros dias todos, menos lembráveis e igualmente felizes. Em todos eles a espera da plenitude maior e o mesmo cheiro do leite.
O leite é uma memória e a inquietação das horas. As moscas pousam no derrame branco e sujam-no com as patas. As moscas provam o leite pelas patas, têm sempre razão no que se refere a comida. Por mim, deixo estar, não me quero incomodar. Só me pertur
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