digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, julho 06, 2007

Rio

Não volto a sair de casa com uma camisa às riscas. O azul aquece e os olhos encandeiam-se com o batimento paralelo das linhas.
É Julho e no Martim Moniz brinca-se com a água. Houvesse decência e alguma dela molhar-me-ia. Até por compaixão. está calor. O colorido mesclado da praça é uma algazarra. Dá-me pena haver motores diesel. E a água que não me chega.
No terraço do hotel não se estaria mal. Não estaria, digo eu que ando cá por baixo encalorado. Não estaria se não perspectivasse o gin tónico na esplanada frente ao rio. Malditas riscas... fazem-me calor. E o rio que não chega. O rio não vem.
O rio está onde quis ir e onde o deixam estar. talvez cinco centenas de metros aqui e três dúzias de quilómetros lá em cima. As margens apertam-no como um colete. Ele é todo azul, sem riscas. É fresco.

3 comentários:

Anónimo disse...

camisas às riscas já não se usam.

João Barbosa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Barbosa disse...

é por moda e por estética que não uso camisas às riscas.