Não volto a sair de casa com uma camisa às riscas. O azul aquece e os olhos encandeiam-se com o batimento paralelo das linhas.
É Julho e no Martim Moniz brinca-se com a água. Houvesse decência e alguma dela molhar-me-ia. Até por compaixão. está calor. O colorido mesclado da praça é uma algazarra. Dá-me pena haver motores diesel. E a água que não me chega.
No terraço do hotel não se estaria mal. Não estaria, digo eu que ando cá por baixo encalorado. Não estaria se não perspectivasse o gin tónico na esplanada frente ao rio. Malditas riscas... fazem-me calor. E o rio que não chega. O rio não vem.
O rio está onde quis ir e onde o deixam estar. talvez cinco centenas de metros aqui e três dúzias de quilómetros lá em cima. As margens apertam-no como um colete. Ele é todo azul, sem riscas. É fresco.
3 comentários:
camisas às riscas já não se usam.
é por moda e por estética que não uso camisas às riscas.
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