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Sento-me no degrau da porta do quintal ou encosto-me à ombreira. Fico a ver a sombreira oliveira e os carreiros das formigas. As de cabeça vermelha mordem. Deito fumo pelas narinas.
Não sei se é inocência ou ousadia que me engasgo com o fumo. As manhãs são para ler na sala dos cadeirões de palha. A grande telefonia não toca e aqui não penso em fumar.
Não sei se é inocência ou ousadia o bandear de anca da filha da vizinha. O tempo entre o pescoço e o peito é eternidade de malvadez. Uma planície de desassossego. Funny chamam-lhe.
Funny é o tremor que me dá. Tem menos um ano que eu... ou sabe muito mais ou muito menos. Vem sempre tomar chá com bolachas à hora do lanche. Não tem nada para dizer.
Não tenho nada para lhe dizer. Encosto-me no cadeirão e finjo não notar que as senhoras presentes fingem não reparar nos meus olhos detidos.
Detenho-me por mais um dia. Amanhã haverá novamente Sol e uma manhã para, em paz, fumar o primeiro cigarro do dia.
1 comentário:
eheheheheh
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