digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, julho 09, 2007

Passeio dos dias tristes

Um dia destes ainda chove. Um dia destes é Julho em Setembro. Um dia destes sento-me e deixo-me ficar a ver o correr das horas frente ao estuário. Um dia destes enamoro-me pela luz, apenas pela luz... como uma mariposa.
Em frente ao grande portão há um degrau confortável para se observar o ondular das folhas das árvores grandes. Atrás do muro há uma casa com janelas que se abrem para o ar todo. Não imagino o que se passa lá dentro.
As ruas sombrias não se fizeram para passear. Nos dias do tédio volto a casa por elas para ver toda a tristeza que sinto. Um dia destes mudo-me para uma dessas ruas.
A nostalgia é uma poltrona larga onde se afunda o corpo. Uma dor de cabeça. Na volta dos passos sozinhos e calados é numa onde me deixo ficar. Um dia destes sento-me frente ao rio e esqueço de toda a outra vida anterior ao momento. O rio leva tudo.

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