digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, junho 17, 2007

O compasso

Na oficina havia uns compassos de cobre feitos de dias meias-luas postas de modo oposto. Já sonhei muito e ainda não se me revelou para que pudessem servir tão belos objectos. Ainda bem, assim vivem mais tempo em mim.

Tinham odor de metal que passava para os dedos como o dos bailarinos passa para os espectadores do palco para a plateia. Prendiam-me os dedos e faziam-me doer se eu quisesse... Exactamente como um bailado faz às emoções de que vê.

Ainda hoje estou para perceber para que serve um bailado.

1 comentário:

perdida em Faro disse...

O texo é lindo João mas a foto está fantástica! Excelente acompanhamento compassado e binário!! eheheh
bjoca