digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, junho 07, 2007

Elisa

Pela Elisa gostaria de aprender piano. A Elisa está morta. Quem é a Elisa? O piano tem três pedais e nenhum serve para acelerar ou travar ou para engatilhar um mecanismo de selecção de força e velocidade. Sou um bruto! Percebo tanto de música como de pêssegos maduros e hortênsias.
Hoje na rua cheirou-me a rosmaninho e, por momentos, tive a sensação de que poderia tocar piano. Lembrei-me do aroma do mel, o odor recordou-me o perfume enjoativo do mel. Nesse instante julguei que talvez houvesse uma esperança de poder aprender a tocar piano.
Um veículo percorreu a rua e um bafo a diesel trouxe-me à realidade. Sou feito de matéria e insensibilidade. Não sei apreciar a finura das flores nem o toque das teclas dum piano. Gostaria de ter conhecido a Elisa, mas sou incapaz de perceber a razão que terá levado Beethoven a escrever-lhe música. Porém, Elisa está morta.













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2 comentários:

Anónimo disse...

da na na na na na na na na na na na na na na na ;-)

moonlover disse...

Foi a única música que me ficou de memória quando tive uma professora de música do ciclo que dava aulas de piano em casa ;)