Não sou sem Lisboa e ela é mesmo sem mim. As cidades não são ingratas, só as pessoas o são, ainda que as praças precisem de muita gente para se fazerem. Mergulho nas ruas desta quase na foz do Tejo e desapareço e estou em toda a parte e todas as partes podem saber de mim.
Lisboa é um salpico e nada é só a aparência. Entro pelo espelho e piso o chão de Alfama ou sento-me numa mesa à espera do vento no Chiado e levanto voo em Santa Catarina, mas não desdenho as Avenidas Novas nem Benfica. Porquê? Porque são compartimentos duma mesma casa.
Os corredores da casa vão dar a todos os quartos onde dormem e trabalham todos os que tornam viva Lisboa. Uns trabalham na cidade maior outros fazem por que outros vivam ou trabalhem na maior das cidades. Tudo mexe e há até tempo para os pardais.
Não sou sem Lisboa e ela é mesmo sem mim. Não me importo. As pedras não cantam pessoas, são estas que as glorificam e talham e dão vida. Por mim fico feliz por aqui passar um rio e haver ruas e largos como estes. Por haver gente diferente, uma rica e outra pobre, e haver tudo o que há, para poder amar e amaldiçoar o dia-a-dia.
Nota: Os corredores da casa vão dar a Almada, Alcochete, Amadora, Azambuja, Barreiro, Cascais, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Sintra e Vila Franca. Uf! É grande a casa!
2 comentários:
os Amigos estão logo ali ao lado, não há distancia nem longe, estão no outro lado do corredor:)
E não é que foi uma noite...Espectacular!!!
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