digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, maio 02, 2007

A fronteira
















A Lua cheia é um só instante e a Lua nova é toda uma noite. Se uma é barroca, a outra é contemporânea. Não seguro nenhuma com as mãos. Nenhuma se perde. Os quartos são viagens, momentos mais longos: dias inteiros, noites seguras, sobressaltos vãos e tranquilidades sem fundamento.
A Lua cheia é uma disciplina difícil: não se faz com esquadro, mas com perícia de compasso. A Lua nova está no tempo seguinte ao pater das mãos, depois do som e antes do eco. Os quartos são azuis e vermelhos conforme cresçam ou diminuam.
Não há nada mais além da Lua. É mais do que uma, na sua obtusa unidade. Nada se passa depois da Lua, só Universo. Antes dela estamos nós, depois vive Deus e, eventualmente, os outros. Temos quatro Luas. Por que havemos de obtusamente dizer que só temos uma?

Nota: Texto dedicado a Moolover.

4 comentários:

moonlover disse...

Muito Obrigada querido amigo,

É uma honra que eu não estava nada á espera!

Não, porque sei que não estou nesse patamar de escrita que eu tanto admiro.

Não imaginas como o teu texto chegou numa hora em que eu estava mesmo lá no fundo...

...coisas da vida....

e ainda dizem que não há coincidências!

um grande abraço
e um beijo
moon

Anónimo disse...

Que belo texto João...que belíssimo texto e eu que aprendo tanto com a lua, ler um texto assim nesta noite em que a lua nos brindou com um sopro de beleza fulgurante...mais bonito ainda!bjocas

A minha reciclagem comemora hoje um ano de vida!!!estou em festa e é lua cheia! Bom augúrio para o próximo ano de reciclagens.

João Barbosa disse...

parabéns Tânia :-)

Anónimo disse...

Muito belo!

www.betesda.wordpress.com