digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.
terça-feira, maio 01, 2007
Agenda
Estou a ir para velho e não me preocupa a idade. O que me consome as ideias é a passagem dos dias sem nada que os marque.
A vida é nascer, respirar, comer, defecar, seduzir, reproduzir, sobreviver e morrer. Nada mais. Um humano é igual a todo o animal, semelhante a qualquer planta. Um tédio! Sonolência doentia. Desejei uma vida diferente, a dum herói, a dum poeta...
Não penso sobreviver em glória à vida do meu corpo. Quero apenas ter uma história para contar quando fôr velho. Quero ter dias com espessura.
Hoje é feriado. As pessoas normais fizeram coisas normais. A esta hora estão a regressar a casa, vindas de manifestações do 1º de Maio ou de visitas a parentes. No outro dia foi fim-de-semana e as pessoas normais festejaram a família, almoçaram, conviveram e socializaram como pessoas normais. Nos dias úteis, as pessoas normais fazem as coisas normais, como trabalhar.
Ninguém procura uma excentricidade para contar aos netos ou para se lembrar na velhice. Nem eu. O problema é que nem eu. Logo eu, que nunca quis uma vida normal, não faço nada para fugir da normalidade dos dias. Vivo todo o tédio das horas. Um dia vou morrer de pantufas e sem ter tido nada para dizer.
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4 comentários:
Pois hoje eu tive um dia fantastico numa comunidade cabo-verdiana:)
Ainda bem que não estás nesse grupo de pessoas com uma vida normal, porque não podes dizer
que não tenhas tido nada para dizer;)
palavras simpáticas... mas tenho a dizer que antes tivesse.
Encontrei-te hoje.
Gostei deste canto. Gostei mesmo.
Vou voltar aqui mais vezes.
Fica bem.
;)
Benvindo(a) Jass. Ainda bem que gostaste.
Saudações
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