digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, abril 18, 2007

O meu amor não é florido e isso talvez baste

Não pode haver certeza sem dúvida nem o meu amor é florido, mas feito de pedra negra e xistosa com água viva, transparente, sempre corrente.
Se sei onde estás é porque não te espio os dias. Sei onde estás porque mo dizes. Acredito, não tenho escolhas, confio. Não te vigio e fecho os olhos, sem ciúme ou outra doença. Contudo, na verdade, não sei nada sobre ti.
Não te passo flores pela pele nem te elogio os olhos com a regularidade enamorada dos patetas. Prefiro definir-te os odores todos e conhecer-te os sabores. Não te conto, porque suponho que te conheças. Sou ou tento ser racional e frio. Tão distante quanto tu quando te deitas. Tão frio quanto os teus pés no Inverno.
Entre nós corre um rio de segredos e alguma inveja. Quero-te o ventre e o poder. Tu queres qualquer coisa de mim que não sei o que é. Sou homem e tu és mulher. Formamos um casal absolutamente banal, temos conversas entediantes e segredos normais. Isso talvez baste.

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