digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, março 25, 2007

Uma outra hora qualquer

A tarde de domingo, a queda antes do impacto. Uma festa quieta de gente sentada a olhar um vale, um piquenique gordo acabado posto na toalha estendida sobre a melancolia. Um balcão sem parapeito sobre o rio fino de azul nostálgico, esmagado pelo cinzento incompreensivo do céu e o corpo deixado para trás pela alma e pelos olhos.
O desejado impacto da queda durante a vertigem. A pesada quietude dos minutos da gente parada numa melancolia contemplativa dum rio sufocantemente fio. A tarde de domingo é uma corda enlaçada a apertar-se que não mais estrafoga, um sem fim de agonia e ausência no olhar. Quem me dera fosse já uma outra hora qualquer.

1 comentário:

sa.ra disse...

os meus domingos têm horas que deveriam ser outras...

agarro as horas que alongam as manhãs... às vezes é de manhã até tarde... e logo a seguir deveria amanhecer de novo, o mesmo domingo.

:)

beijo
dia muito feliz!