O vinho é um livro vivo. O que se bebe hoje é diferente do que poderia ter sido bebido há um ano e daquele idêntico guardado para daqui a uns anos. Quando só se tem uma garrafa apenas se conhece o vinho dum momento e não o vinho que nela vive, pois para isso seria preciso tê-lo bebido desde a sua infância e guardá-lo e bebê-lo a espaços até que se revelasse apenas senil, época em que se saberia ter passado para o outro mundo. Conhecer um vinho é tê-lo bebido muitas vezes e ter dele memórias.
Infelizmente, julgo não ter de nenhum vinho um vínculo que me permita ter essa perspectiva, mas uma garrafa que me trouxeram fez-me pensar: O que terá sido este vinho no ano em que saíu para a rua? Não arriscaria muito se apostasse como o terei bebido. Porém, à data não fazia apontamentos... infelicidades que agora lamento.
O que posso agora dizer deste vinho tinto? Que estava belíssimo, em boa forma e que bom prazer me deu. Muito elegante e macio. Para que se Saiba foi um Vila Santa de 1992, um vinho Regional Alentejano, de João Portugal Ramos.
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