digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Cruz

Desconheço a cruz e passava sem ela. Não vejo a que carrego, sinto-a. Amo-a? Quero-a! Quero? Tem de ser. Tem? Descarregá-la é uma fuga: Uma corrida para parte incerta, um voltar atrás para regressar ao mesmo.
Às vezes pergunto-me pela minha cruz, não sei dela. Depois, penso e penso e penso e descubro-a nas pequenas coisas. Reconheço-me mais vezes repousado no Calvário do que a carregá-la.
Às vezes nada me faz sentido e não vejo nem cruz nem Calvário nem caminho nem mundo nem nada onde pôr os pés. Só não largo a cruz, porque não a vejo nem sei como a largar. Como perder o que não se sabe que se tem? Às vezes nem a falta de sentido faz sentido.

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