digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Claro, clarinho

Nos anúncios políticos é costume citarem-se os exemplos de legislação doutros países, tipo a lei da interrupção voluntária da gravidez da Alemanha, onde há aconselhamento da mulher antes do acto abortivo... coisas que ninguém quer fazer cá por casa. É bonito! Mas é caro! Nós preferimos ter uma lei mais fraquinha e investir numa mais abortiva, que mata mais até às dez semanas do que outra que tem aconselhamento e acompanhamento de grávidas. Por isso, desculpem lá, mas vamos continuar com uma lei sem aconselhamento da mulher, porque o que importa mesmo é a sua liberdade e não o direito à vida de quem não se pode defender nem pronunciar.

Nota: Depois de se ter admitido um período de reflexão com aconselhamento às mulheres que pretendessem abortar e de se ter anunciado o seguimento do modelo alemão onde essa via é seguida, o Partido Socialista veio afirmar que tal cenário não se coloca por retirar à mulher a sua liberdade e desrespeitar o espírito expresso no referendo... que por acaso nem foi vinculativo.

Nota: O vídeo publicitário nada tem que ver com esta polémica, trata-se apenas duma colagem criativa.

9 comentários:

P.Rosendo disse...

Não querendo discussão;
Neste aspecto temos opiniões diferentes mas na mascarada politica temos a mesma. Poderia aqui dissertar sobre critérios clínicos médicos e afins como todos fizeram nestas semanas que passaram (fossem do sim ou não) para levar a minha avante coisa que não conseguiria.
Apesar de divergente a opinião, viu-se no referendo, andamos muito próximos só que com ideias diferentes ou com as mesmas mas isso cabe a alguém retirar conclusões.
Deixando-me da discussão do direito à vida ou morte, pois tu és pelo primeiro e eu pelo segundo (sim sou pelo direito de escolha, o meu, sem condições).
Eu pelo que aprendi na minha vida toda é que só ideias não chegam, é preciso por na prática. Quando um governo tem medo de uma acção politica e faz referendo só posso dizer que é uma “mascarada” completa. Nós votantes elegemo-los para fazerem o trabalho se não querem, fazem referendo? E eu não o posso fazer em relação ao meu trabalho?
Tivessem doado o dinheiro gasto no referendo para instituições de caridade era mais bem gasto. Se calhar pagava os abortos todos durante vários anos em Portugal. O pior de tudo é que quando não é vinculativa e ainda por cima se vem alterar o disposto no referendo.
Que eu saiba ninguém votou a favor ou contra a liberalização do aborto, votou sim contra a criminalização da acção em si (parece o mesmo mas não é, pelo menos para o legislador) e só até às 10 semanas. Foi a esta ultima pergunta que eu votei pelo menos.

Quando vem hoje o Sr.Primeiro Ministro dizer que seria contra o referendo obrigar o aconselhamento das mulheres eu discordo completamente. Se legislarem qualquer coisa diferente do que a despenalização (entenda-se retirar do código penal como crime) do aborto eu serei absolutamente contra pois não foi para isso que votei. Claro que isto não é importante para estes senhores.
Para eles mesmo o mais importante é não meterem a referendo outras questões, que considero mais importantes. Por exemplo porque não meteram a referendo o Orçamento de Estado? Ai eu gostava de ver.

Isabel Estrela disse...

Caro Paulo, a questão do referendo não: Concorda com a descriminalização da mulher que pratique um aborto? Aí seria a questão da descriminalização. O ser humano é um ser contínuo, da concepção até à morte. A vida não começa por decreto. A questão que foi posta foi mesmo uma questão liberalizador: «por vontade da mulher». Não há, sequer, uma justificação a dar, como uma violação, uma doença da mãe, um risco de vida da mãe ou do filho, problemas psicológicos. Nada. Quer abortar e pronto. É quanto basta!
Pois é Paulo, com a nova lei que aí vem, o aborto não é crime às dez semana, mas é crime às dez semanas e um dia. Uma mulher que aborte será criminosa se o fizer às dez semanas e um dia. Uma mulher grávida com um drama de vida que pondere abortar pode estar nessa situação às dez semanas ou às dez semanas e um dia. O que se votou não foi a descrikminalização das mulheres, foi a liberalização do aborto até às dez semanas.
É penas as pessoas só pensarem e fazerem as perguntas depois de votarem...

P.Rosendo disse...

Caro amigo, não quero discutir esse assunto contigo nem quero sequer discutir a pergunta do referendo. Cada um entendeu para o seu lado. Tinhas que pegar exactamente naquilo que te interessava no texto que escrevi.
Não fiz qualquer pergunta após votar. Antes pelo contrário estou a ver é esta palhaçada toda de toda a gente a aproveitar-se do referendo e esquecer-se de tudo o resto. Achei "piada" aos teus textos sobre o assunto e pela interpretação que lhes dei, mas pelos vistos não foi com esta que os escreveste. Sabes que mais, queres discutir comigo discute mas não a semântica de merda de uma frase feita por "legalistas".

Isabel Estrela disse...

Meu querido amigo, eu também não quero discutir contigo. Peço desculpa se peguei numa parte do teu texto que não era para pegar. Não nos zanguenos ou não chegaremos a velhos.
Um forte abraço

Anónimo disse...

Convém que alguém explique a estes dois cavalheiros que uma mulher que não deseja ser mãe, ou que ainda não esteja preparada, sabe-o antes das "10 semanas e um dia".
Nota: Os métodos anticonceptivos ás vezes falham, sabiam?

João Barbosa disse...

Gi: o tema deste texto não é esse. Tenta lá ler novamente a ver se percebes.
Todavia, já tivemos essa conversa e não nos entendemos, mas continuo a gostar de ti. Bjs

Anónimo disse...

Não é? Tens a certeza? Eu também gosto muito de ti, meu amigo.

Anónimo disse...

Não é? Tens a certeza? Eu também gosto muito de ti, meu amigo.

P.Rosendo disse...

Minha amiga gi, sim porque amigas dos meus amigos minhas amigas são. Sei perfeitamente que os métodos, sejam eles quais forem podem falhar e tambem sei que voçês sabem normalmente muito antes das 10 semanas, muitas até acham sabe-se lá porquê, que no dia seguinte estão grávidas. Aqui não era essa a discussão ou então não me fiz entender no que escrevi.
Que foi uma palhaçada do governo ai isso foi.