Tudo é luz. A janela está aberta e frente há todo um Tejo azul ou cinzento, sempre igual ao céu. A luz entra de duas maneiras: como uma recta, vinda de cima, ou como um triangulo com vértice na água. Toda a luz é livre de sair pela vidraça que serve de telhado.
Tudo é calor. As paredes de cores quentes são cobertores e fixam a temperatura do Sol e das palavras. A mesa posta está sempre à espera que a ela se sentem em fraternal satisfação. Flores e frutas insistem. Há uma cidade sob as janelas.
Não imagino outra casa que não esta nem outra cidade. O tempo não tem pressa e à conversa bebe-se Vinho de Colares ou Vinho de Bucelas. Há arroz de berbigão e pastéis de bacalhau ou iscas. Há sempre a luz do rio e do céu e a vista até além. A nostalgia é tão obrigatória quanto a felicidade das calçadas.
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