digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

A aproximação e a queda

O pequeno gesto. O fio de ar pela mão, pelo dedo. A linha do olhar. A boca colada à pele. A multiplicação dos beijos. Uma colecção de pedrinhas. Um novelo de cabelos. O aroma da cama depois do sexo. Sumo de laranja. O esboço do sorriso. O riso. A cumplicidade. A diferença e a semelhança. A inteligência e a escuta. O alaranjado a ficar tórrido, vermelhão, escarlate, rubro... O amor em ebulição.
O grande gesto. A decisão. A omnipotência. A prepotência. A desistência. A punhalada. A discussão. As discussões. O cheiro enjoativo da cama. O cheiro repulsivo da cama. A insuportável presença do outro. As palavras como facas. As conversas obtusas e a surdez. O rubro da raiva, o roxo da asfixia, o azul da frieza, o verde da frigidez, o amarelado da separação.

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