digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Deitados ao relento

No fim dos dias, o fim das mãos, as folhas das árvores, o calor e o frio. O princípio das coisas. O céu veloz.
O princípio do som. A palavra sem eco. As ervas rasteiras amassadas pelos dois corpos em amor, cansados e prontos.
No fim dos dias, a esperança por morrer e sem anúncio de ida. O beijo, o abraço, a cama, a memória, a cumplicidade e o tempo.
Indolência e nostalgia, miradouros do futuro. Vento imprevisível, em roda de direcções cardeais, como os corpos deitados. As mãos abraçadas, prolongamento da relação. O amor por vir na relação acabada. No fim dos dias, o princípio das coisas.

2 comentários:

Folha de alface disse...

inspirado (em bom)

Anónimo disse...

O amor por vir... (suspiro). Dizes de forma brilhante aquilo que eu gostaria de saber dizer às vezes. Beijo azul.