digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, novembro 30, 2006

Tropa assim, não

Os militares não têm voz, são afónicos na liberdade.
Dói-me a barriga monárquica de gargalhar tanto. Nesta República assassina criada pela Carbonária e mantida por golpes militares, a soldadesca não tem voz. Apetece-me cantar um hino. Cantemos: «Liberdade, liberdade, quem a tem chama-lhe sua, eu não tenho liberdade nem de pôr o pé na rua».
Os militares nem na rua podem já passear ou ver montras. Pobres coitados porque disseram que o fazer era contestar a política. A época do Natal, tão comercial e dada a passeios na Baixa, não é mais do que uma enorme subversão colectiva, uma rebelião civil. Por isso, um militar não pode nem deve fazer tais coisas. No mínimo pareceria mal.
Na próxima vez que a tropa se quiser manifestar que o faça em casa, mas em silêncio e com aprumo. Nada de vestir a farda número dois nem a número um... há que trajar o uniforme de gala, e na sala ou no quarto ou na caserna manter um respeitável silêncio de pelo menos um minuto contra a política do Governo... Ou então, vestir o pijama e pôr a boina, bivaque, quico ou capacete e ir para a varanda ou janela dar gritos ao 25 de Abril e à liberdade de expressão. Só isso! Gostava de ver se o Governo ou um Estado Maior teria coragem de punir tais afirmações.

Nota: Se eu fosse militar ia passear para o Colombo, sempre tem mais lojas e estacionamento.

3 comentários:

moonlover disse...

Gostei da ironia na verdade do texto, ficou divertido ;)

Folha de alface disse...

ahahaah

Anónimo disse...

Pois está claro :)