digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, novembro 13, 2006

O bolo

Estou desfeito e insatisfeito. Não sou coisa nenhuma, ainda. Sou farinha, fermento e gema, misturados. Adicionei-me açúcar e manteiga derretida. Bati-te todo até ser só uma pasta. Poderia ter-me acrescentado iogurte ou café ou chocolate ou Vinho do Porto ou nozes ou queijo fresco que não me modificava a essência, apenas o humor.
Bem intencionado guardei-me num forno e cresci. Saí homem feito. Depois cobri-me de claras em castelo perpetuadas com açúcar, sem me besuntar. Fiquei bonito.
Estou decepcionante. Tenho saudades de quando ainda não existia e olhava para mim como um vazio no fundo da grande tigela. Agora apetece-me volver ou esconder a cara na forma ou na malga, regressar ao fundo ou ao ventre da mãe.

1 comentário:

Folha de alface disse...

mnham, mnham ;)