O meu amor deixa-me sem palavras, faz-me feliz só por estar perto e por sentir quando está longe. O meu sangue avança, por ele, nas veias e o coração aflige-se se os olhos vêem com que a cabeça se atemorize. Tenho tremuras nas mãos. Tenho ternuras nas mãos. Tenho vontades de me dar todo, de me deixar para trás, de partir-me e ficar só para o meu amor. Estou enfeitiçado pelos olhos e amarrado pelo sorriso... enleado na voz.
Estou aflito num prazer inexplicável, que só compreende quem ama. Não entendo o começo nem a razão. Não há lógica para o debruçar das cabeças ao luar nem para o prazer em contemplar a pele de pétalas ou os lábios de fantasia.
O meu amor faz-me doer com a sua crueldade e frieza. Corta-me a carne com um gume afiado e salga-me... por prazer. Mostro-me, confiante, em carne viva e o meu amor vê-me... por vezes puxa-me os tendões, os músculos e os nervos. O meu amor já me fez sangrar por brincar com os meus nervos e brutalizar as minhas feridas.
O meu amor não pede perdão... nem perde tempo. No dia em que partir não terá saudades do passado nem irá contemplar o prazer pretérito, nada fará olhar para trás. O meu amor não pede perdão, seria perder a alma e perder o prazer ganho em ferir. Ajoelho-me e humilho-me para não o perder eu a ele, porque gosto e sei que no amor o orgulho é uma estupidez. Não me importo que o meu amor não me corresponda. Finjo que não me importo. Fico à espera do dia de ser abandonado e rezo para não o ser. Até lá amo absolutamente. Só se ama o que se tem.
4 comentários:
me fala o nome do negócio que você tá tomando que eu também quero!
risos, brincadeira,
rir apenas por estar perto e se sentir bem e mal ao mesmo tempo.
Não resisto pois a imagem que se criou em mim partiu exactamente daqui:
"O meu amor tem lábios de silêncio
E mãos de bailarina
E voa como o vento
E abraça-me onde a solidão termina
O meu amor tem trinta mil cavalos
A galopar no peito
E um sorriso só dela
Que nasce quando a seu lado eu me deito
O meu amor ensinou-me a chegar
Sedento de ternura
Sarou as minhas feridas
E pôs-me a salvo para além da loucura.
O meu amor ensinou-me a partir
Nalguma noite triste
Mas antes, ensinou-me
A não esquecer que o meu amor existe."
Rui Malheiro e Tiago Leitão
Nem sei se gostas de Jorge palma. Eu gosto. Esta é das minhas letras e músicas preferidas e se ao ler o teu texto, veio esta música, ao ouvir a música, sem dúvidas que lembrar-me-ei do texto...Afinal Jorge e João até são nomes que ficam bem juntos...
Ah! não penses que me passou despercebido o trocadilho da última frase...assim tipo, fico de fora de todo este sentimento que é possível de se ter por algo ou alguém pois para isso tem que existir o destinatário que agora não há. Eu percebi mas preferi deixar de fora...
anónimo: o negócio que tomo? vinho... mas só do bom.
Tânia: gosto muito do Jorge Palma... e tb do teu blog
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