digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Esbatida

Quase não me lembro de ti, nem mesmo dos momentos felizes. O sabor dos teus lábios é-me totalmente desconhecido, tal como o era antes do primeiro beijo. Ainda mais desconhecido, porque antes de os beijar desejava-os e uma leve impressão do seu sabor e textura chegava até mim. Hoje nada resta.
Os teus olhos perderam o brilho e não te oiço nem quero. Não quero saber de ti, não é por mal, apenas nã quero. Sei que fui feliz enquanto estive e um dia houve de finados. Depois foi-se a maré, discretamente, até ser esta praia vazia, de vazios.
Não me lembro de ti e recordo o teu nome, porque sei que na minha vida houve um nome como o teu. Deves ser tu, mas não sei quem és ou se tens segredos. Talvez ainda tenhas as chaves de minha casa e guardes cartas e recados, mas nada resta além duma vaga memória. Uma vaga distante.
Sei, porém, que um dia haverá maré cheia e marés vivas, que te trarão. Voltarás. Não te vou esperar. Não me vou lembrar de ti e abraçar-te-ei como uma desconhecida e apaixonar-me-ei novamente, tão inocente. São contas doutro rosário. Por agora, estás em quarto minguante.

2 comentários:

moonlover disse...

Contraditório e apaixonente!!! ;)

moonlover disse...

Oooops! queria dizer:
Contraditório e Apaixonante!!! ;)