As coisas feias podem gerar imagens bonitas. Escrevi uma banalidade! A cor é mais bela do que o preto e branco. Não a dualidade do contraste vale mais do que a coloração. Escrevi a síntese duma velha discussão. Tento ser ordeiro e bom, mas quando me lembro de algumas situações apetece-me empalar certas pessoas ou castigá-las com requintes de crueldade. Mentira! Mas tenho de escrever uma justificação para estas imagens. Já não me basta questionar se não seremos todos um pouco Drácula e afirmar que o verdadeiro, o Vlad Tepes, era um empalador e não um bebedor de sangue. Tenho de fingir-me horrendo para que as verdadeiras víboras, as que matam e envenenam, possam acusar-me ao lerem-me. Por isso, escrevo estas mentiras:
Tento ser ordeiro e bom, mas quando me lembro de algumas situações apetece-me empalar certas pessoas ou castigá-las com requintes de crueldade. Gostaria de lhes fazer o que tentaram fazer-me e só não aconteceu porque esguirei-me, ferido, doente e humilhado. Por isso, tenho o direito à vingança. O nojo limpa-se com sangue e paga-se com a morte; um sacrifício.
É mentira, mas tenho de justificar as imagens e dar azo a que víboras possam alimentar-se e gerar peçonha para de mim dizerem mal. O que importa a mentira se só vemos o que queremos ver e amamos sempre sem condições?
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