digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, agosto 07, 2006

Nervos

Só os nervos me dizem que estou vivo. O coração não bate e a cabeça não pensa. O meu pensamento vem da alma, não do cérebro. Já deixei de ter corpo, sou quase um fantasma... eventualmente sou um zombie.
Deixei de querer socializar e refugio-me em casa sempre que posso. Não acredito na espécie humana nem na sua inteligência. Não estou nem sou amargo, mas justo. Quase tudo me enerva.
Não acredito no amor. Acredito na amizade. Não acredito na competência, mas sei das traições, dos bastidores, das intrigas, dos corredores, das mordidelas.
Não acredito no amor, porque o amor mentiu-me demasiadas vezes. O amor mordeu-me demasiadas vezes. O amor é uma desilusão contínua. O amor enerva-me.
Deixei de ter coração. Amputei-o. Tenho-o preservado em formol. Está guardo numa caixinha em Edimburgo e de lá não sai. Guardo-o para o poupar caso queira voltar a viver. Não vivo para não morrer de desgosto. Não amo para não voltar a morrer de amor. O amor enerva-me. Só os nervos dizem que estou vivo.

Nota: Desabafo disponível em O Caderno

2 comentários:

Folha de alface disse...

uuuuuuuuuuuuu he's a scotish ghost (fujam, tenham medo, mt medo)

pois o meu coração tá algures nas highlands, claro q deixei uma parte, digamos q um ventríloco ou uma artéria na royal mille...

Anónimo disse...

Estás vivo :) (e eu adoro!)