digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, agosto 06, 2006

Conheço-te

Conheço-te há dois mil anos, mas só outro dia é que nos vimos e começámos a falar. Tínhamos tanto para dizer!... Temos ainda muitas palavras para a troca e olhares cruzados, subtilezas e cumplicidades esquecidas.
Sinto-me parte de alguma coisa maior perto de ti, dum conforto quente sem suor. Há o riso e a inteligência. Por se terem passado dois mil anos há muita coisa certa e sabida e tanta já esquecida. Temos horas de conversas atrasadas.
Gosto de te ter por perto e tenho sido feliz por te saber junto e pendurada não muito longe, porque desapertas-me o sorriso e descomplicas-me. A tensão foge quando rondas.
Gosto de te ter por perto e tenho sido feliz por te saber junto e pendurada não muito longe, todos os dias... mesmo quando a distância é maior do que a dum grito. Tens estado comigo na ausência e nas horas vazias, abrindo espaços maiores de conversação para o teu regresso. Mas tens estado sempre. Por não respirares aqui, mando-te afectos e impressões pictóricas pelo vento. Retribuis com música e risos.
Dá-me um abraço.

Nota: Este texto é dedicado à Erva.