Depois de se ter estado na fronteira da felicidade e aí se ter permanecido em burocracias que prolongaram os prazeres durante quase um dia, custa muito voltar a ser mortal.
Acredito, agora, num panteão pagão feito de divindades com fraquezas humanas. Levaram-me ao Olimpo e provei da ambrósia e do néctar, escutei a música que se ouve no monte onde residem as divindades. Só estive à porta, não cheguei a entrar, mas saboreei os prazeres divinos e espreitei as intimidades. Sei que há magia e sensualidade.
Um só dia de encantos e maravilhas. Uma perfeição geométrica de horas, com conversas polidas por ondas grandes e ventos salgados, com músicas e danças de assombro e espanto de respirar por mais, com noite de felicidade com vinho rosado e alegria e serena, com madrugada de riso e balanço confidente e terno na partilha e no afecto, com despertar doce e breve.
Depois da felicidade resta um enorme silêncio e uma estranheza: uma melancolia em que faltam sorrisos e uma nostalgia feliz que faz levitar o corpo ao patamar da alma. Há ainda uma maravilha para ser vista, trouxe do Olimpo flores com que quero enfeitar o leito, têm o aroma do dia mágico. É tudo o que resta depois da felicidade.
5 comentários:
Aproveito o texto para te dizer que para além de palavras e de voz, também já tens imagem. Vi-te na t.v!!! Agora já te leio com som e imagem. Gostei.
Quanto e este texto, repara na beleza da imagem que nos deixaste...reLê-te e verás o que sinto, sem palavras.
:-s :-)
q felicidade :)
A felicidade pode voltar a qualquer instante...
Não percebo nada dests smileys...tirando os risonhos e os tristes e os piscares de olhos...estes que fazes deixam-me sem perceber...mas visto que de seguida colocas um a sorrir, acho que está tudo bem.
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