digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, julho 11, 2006

Dança

Há quanto tempo não danço até as pernas doerem? Há pouco tempo quase aconteceu, mas renderam a Loirinha nos pratos e foi-se o embalo.
Até há não muitos anos, talvez há uns três, era difícil pararem-me. Eu encarnava o papel da locomotiva desabrida na campina, só que não silvava nem soltava jactos de vapor. Há coisa de duas semanas estive quase a gastar o chão do Maxime, mas tiravam a Loirinha dos pratos quando eu apenas estava no aquecimento.
A Loirinha é um Alka Seltzer! Fica-se bem-disposto e animado! Tem pica, a miúda! Quando se entra na sala sabe-se que é ela quem está a mandar no gira-discos, porque sente-se alegria. Ela faz festa. Ela faz dança.
As minhas primeiras danças foram amalucadas e aconteceram no Ocarina, ali no Bairro Alto, onde hoje servem pão com chouriço e caldo verde. Até estranho como é que os defensores do património ainda não se queixaram para pedir a protecção do espaço, devido ao desaparecimento dum local emblemático! Amalucava à rock-a-billy no Ocarina e, mais tarde, à vanguarda no Frágil, ainda aquele espaço era tolerante e heterossexual. Só mais tarde aconteceu o Lux, que hoje e já há muito não tem gracinha nenhuma.
Aconteceu no Lux a noite de dança mais divertida de toda a minha vida. Aconteceu numa noite em que não me lembro da data, mas sei que a sala estava muito cheia e toda a gente muito divertida. Quem passava música eram os 2 many djs e ninguém parou de se mexer radiante enquanto eles quiseram.
Numa outra noite, na festa da MTV em Belém, dancei quase sozinho frente a Jan Pooley, um dj alemão que ninguém parecia conhecer ou que toda gente insistiu em ignorar. Saí de lá tão feliz que comprei um CD do tipo e que ainda hoje o oiço quando estou bem-disposto e quero dançar. Nessa noite e nesse dia dancei mais de sete horas.
Uma outra vez, numa festa no Op Art, dancei nove horas seguidas. É claro que me doiam as pernas. O Op Art é um mutante: durante o dia é um café tranquilo, quase um restaurante respeitável, depois, à noite, dá-se à loucura. Tão bem-disposto quanto a paisagem do Op Art é o DJ Patife. Julgo que não há dia de chuva que resista aos ritmos e misturas deste brasileiro! É muito melhor do que caipirinha!
A minha amiga Loirinha ainda não tem sítio oficial na internet, mas já tem clube de fãs. Eu estou inscrito. Já dancei as músicas que ela quer no Maxime e no Napron, e espero um dia vê-la pôr Lisboa a mexer com um grande sorriso. Um sorriso igual ao que ela faz quando encontra um amigo.

Nota: Este texto é dedicado à Inês Mendes.

7 comentários:

Folha de alface disse...

o menino dança?

Anónimo disse...

parece q a loirinha nem agradece

João Barbosa disse...

olá alfacinha. Claro que danço! E tu, danças?

Anónimo disse...

Conheci a versão diurna do Op Arte contigo :) E lembro-me da tua fase do Ocarina (bolas, conhecemo-nos há taaanto tempo!) e por aí em diante. Há pouco tempo estive no Napron e adorei as músicas que lá ouvi :)) Beijos e dança muito (põe a tocar o tal CD!)

Folha de alface disse...

of course ;) se tiver boa companhia ainda melhor.

João Barbosa disse...

então, alfacinha temos de combinar uma dança.

Folha de alface disse...

está aceite o convite :)