digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, junho 16, 2006

Trovoada

A trovoada causa tremores e temores. Há quem tenha muito medo dos trovões. Há quem se esqueça dos relâmpagos. Gosto do estardalhaço das borrascas. Gosto de ouvir o céu arrastar móveis. Gosto de ver a luz passear no céu. Gosto de ver as meninas com medo. Gosto de rir dos homens com medo. Gosto de sossegar as minhas gatas e de as ver espantadas. Não gosto que chova em casa de ninguém. Não gosto de castigos. Não gosto de sofrimentos. Gosto do tom grave que vem do alto, do altíssimo, das nuvens escuras, da noite, dos medos, dos segredos e dos enredos da mente. Gosto da luz bonita, do seu aparente deslize sem destino, da sua velocidade, da sua ferocidade, da sua brevidade e da surpresa. Gosto paz, do silêncio e do cheiro no final da tempestade. Gosto dos tremores e dos temores da trovoada. Agora está uma lá fora e tenho vontade de dançar na rua e de me molhar. Nem parece que é quase Verão!... Daqui a pouco já passa... fica um eco na memória e a recordação da luz, ficam os sustos de quem os tem. Gosto de trovoadas. É quase Verão, parece Inverno e apetece-me molhar a roupa a dançar à chuva ao ritmo grave dos trovões.

Nota: Este texto é dedicado à Gisela Amieira.

11 comentários:

Anónimo disse...

És um querido, mas continuo a ter medo, brrrrr, brrrrr...(isto sou eu a tremer)!
Em casa assim que começa a trovoada, acendo logo uma quantas velas, de forma a evitar ficar ás escuras, caso as luzes se apaguem...sou uma maricas, eu sei!
As minhas cadelinhas, também ficam assustadas e sabes que os animais têm sentidos mais apurados, eles lá sabem ;)

Anónimo disse...

Ainda bem que não foste lá para fora, ainda levavas com uma daquelas "peras" de granizo e ficavas mais "lélé" do que és.

João Barbosa disse...

Hoje o turco está endiabrado!

Anónimo disse...

Por acaso até estou muito bem disposto. Estou a preparar-me mentalmente para ver amanhã toda a gente ficar engranizada com o Irão e deitar-me as culpas a mim...

João Barbosa disse...

Claro que estás endiabrado, no bom sentido, é claro.

Anónimo disse...

Neste preciso momento, aproxima-se a olhos vistos de minha casa mais uma grande trovoada. João se cairem mais umas pedras, vai lá fora para ver se ficas com as ideias no sitio. EU vou. EHEHHEHEEH

Anónimo disse...

Aqui está a prova de que a trovoada faz mal...percebem?

moonlover disse...

Tambem gosto das trovoadas por tudo isso ;)

moonlover disse...

Volto aqui só para esclarecer que o que eu concordo é com o que o João escreveu e não tem a e com os outros coments, ok?
gosto das trovoadas, dos relampagos, da chuva, depois da chuva, das gotas que enfeitam tudo, etc.
bjs.

Ana Fonseca disse...

Também gosto de trovoadas! E quando estou deitada... Ui! Que delícia! Gosto do estrondo! Se chove, melhor ainda! E eu deitadinha, aconchegadinha nas mantas, mesmo que não esteja frio... Agarro num livro, acendo uma vela... E fico a ouvir essa natural música de fundo k me agrada!

Anónimo disse...

A trovoada, rugido de fúria, grito de um céu revoltado...
Relâmpago, ira iluminada do mesmo céu que chora pelas atitudes dos homens!!!
...Estendo as minhas asas e deixo-me embalar pelo vento, deixo-me iluminar pela luz que, tal como dizes, errante... vagueia pelo horizonte!!!
...voo... voo...