digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, junho 22, 2006

Quando era novo

Quando era novo acreditava em amanhãs que cantam, em que no lugar do Sol estava uma estrela vermelha e um ideal revolucionário justo e superior. Por essa mesma época gostava dos quadros de Salvador Dalí e cria tratar-se de um surrealista.
(...)
No entanto, houve coisas que, desde novo, em mim não mudaram. A minha crença na hipótese dum mundo melhor (mudei de caminho, mas não de objectivo) e o gosto por este quadro: «Seis aparições de Lenine num Piano de cauda». Talvez as duas coisas estejam ligadas.

Versão completa em O Caderno

9 comentários:

João Barbosa disse...

nem tudo, amigo. nem tudo. Eu nunca disse que só escrevia ficção, o que eu disse é para não se esperar daqui realidade. neste blog a realidade não conta. pode haver momentos em que ela existe, e então? ninguém escreve imune à realidade! quando escrevo peixe sei o que é um peixe, quando digo verde, sei o que é verde. não se foge à realidade, mas não se persegue a realidade. este não é um caderno de desabafos. a parte do desabafo está no caderno, vai lá ver. aprende a ouvir e a ler o que os outros dizer em vez de estares todo vaidoso com as tuas artimanhas que me conheces tão bem e todo entretido a pensar que atiras a baixo. Turco, este blog é um espaço de mistura de realidade e ficção, a isso chama-se fantasia. Pode ser? estás a ver como perdeste uma oportunidade de ter ouvido/lido bem?!

Anónimo disse...

Oh meus amigos... Tenham lá a santa paciência e deixem-se de criancices. Realidade e ficção, com a Graça de Deus, sempre se confundiram, é um facto. Se assim não fosse, não havia literatura. Mas será pecado ler nas entrelinhas de quem se conhece bem? Ousadia? Abuso? Invasão?
Talvez seja altura de criarem uma Alta Autoridade Reguladora de Blogs.... Oh cambada de chatos!

João Barbosa disse...

Boa, Inês! Mas vai lá explicar isso ao Turco. ele é que entrou aqui numa espécie de cruzada a querer provar que havia realidade no blog e que (também por isso) havia contradições. Porque é meu amigo e me conhece, pensa que há aqui uma máscara que tem de cair... Não percebe que a máscara de quem escreve é posta para escrever e quem lê sabe que está posta e cada um lê o que quer. Ele entrou nessa cruzada como se fosse dono duma verdade e que eu tinha de me vergar a ela. Os textos depois de escritos são de quem os lê, que os interpreta como quiser. Ninguém tem de ler os textos pelos olhos de quem os escreve e ainda menos com um prisma de realidade, pseudo-realidade ou visão ou palpite de quem quer que seja. O que interessa se é realidade ou verdade? Aqui nada. Estou cansado de lhe repetir isto e ele com a mesma teima. Os textos do blog são autónomos, não têm de ter coerência, e eu disse-lhe, mas isso não o impediu de continuar a sua tarefa de apontador. Depois encontrou alegadas incoerências entre textos e comentários, depois já era entre comentários.
Haja Santa paciência! Estou farto!

Anónimo disse...

Não te fartes João! Vês porque é que eu não deixo muitos comentários? Porque irritam o artista, amigo escreve o que te apetece e ignora alguns comentários...querem saber se estás apaixonado,se és marxista, se dormes para o lado esquerdo, o que é que isso interessa? O que realmente conta é que escreves mesmo muito bem, e em vez de escreveres num caderninho que fica escondido numa gaveta, dás o prazer aos leitores de te lerem, estes têm de encarar os textos como uma arte e como tal a interpretação cabe a cada um, muitas vezes é diferente da do autor, mas ainda bem que há opiniões diferentes. Não têm o direito é de te obrigar a escrever o que eles querem, seja realidade ou ficção!!!! Beijos e continua na tua onda de Fantasia.

João Barbosa disse...

Gi, as pessoas têm o direito de fantasiar com o que sou e com os meus textos. Apenas irritou-me o abuso de teimar e querer implicar. Gosto muito do Turco, é dos meus maiores amigos, mas acho que não esteve bem. Já passou. Crescemos todos. Adoro-o e quando o apanhar dou-lhe uma carga de pancada e de mimos.

Anónimo disse...

Eu sei que vocês amam-se ;)

perdida em Faro disse...

Acho que vou estragar a telenovela que se armou aqui mas vocês os brancos que se entendam. Só quero dizer (talvez tenhas reparado João) que gosto de Dalí (desde muito nova) .Este quadro sempre me intrigou, o personagem sentado de costas é muitas vezes aquela presença que não nos atrevemos a colocar em causa e outras vezes somo nós mesmos ???
Quanto ao resto, sujeito poético, sujeito ficcional ou apenas autor...mundo de discussão teóricolliterária ou um bom tema para um próximo texto.
Fiquem bem

João Barbosa disse...

Boa, Tânia!

Anónimo disse...

'Hoje também sei que pertencemos onde queremos e não onde nos querem. Amamos e basta, e não é por não nos quererem que amamos menos ' - tenho que te roubar esta um dia destes. Com os devidos créditos, obviamente!