digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, junho 25, 2006

No outro lado

Tenho algumas lembranças da minha outra vida. Foi há alguns anos. Recordo-me de nevões e de manchas de árvores, de pegadas perdidas na alvura, da dificuldade em correr na neve em pequeno... depois houve outro tempo... cresci e a vida armadilhou-me o caminho. Amei e fui desamado. Aconteceu qualquer coisa.
Por despeito, tratei de facilitar a vida. A vida facilitou-se. Nevava no Inverno e no Outono. Penso que não me importava com o frio dos outros nem com o vermelho sobre o branco, nem com muita coisa além de mim.
A vida complicou-se. Sei de névoas, de fumo e pó, de ruído, de gritos e talvez vinganças. Não sei, não me lembro. Não sei ao certo. Sei que as aves negras voam também no Inverno.
Tenho saudades das minha infância. Dessa e desta. Tenho saudades da infância. A vida trata sempre de me complicar os dias. O meu amor vai-se sempre embora e acabo a fazer disparates. Tenho saudades do colo das mães e das minhas infâncias, das que me lembro.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tenho saudades das nossas tontices na hora do recreio e durante as aulas, dos nossos passeios para os habilidosos de alma fotografarem os dias e as cores... Continuamos a ter tudo isso, mas vemos tudo de forma diferente. Beijo muito grande ao meu 'Johny Boy'.