digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, junho 01, 2006

Nariz

Meto o nariz em tudo. Tenho de cheirocar, é mais forte do que eu!... Mesmo quando não quero, as coisas vêm a mim... bem nem sempre pelo nariz, é certo. Oiço bem, vejo bem, apesar da miopia, e na boca o paladar não me engana. Mas, o que conta agora é o nariz.
Gosto dos aromas do vinho. Infelizmente não tenho memória de todas as coisas que cheirei para associar às essências que posso encontrar num copo. As palavras certas escapam-se-me sob o cérebro e nem se aproximam da língua para que as tente pronunciar. Porém, sinto as presenças, mas a muitas não lhes sei dar um nome.
Às vezes ao longe vem um fiozinho de cheiro de qualquer coisa e topo-a. Pareço arraçado de perdigueiro. O que nem sempre é bom nem é obrigatoriamente mau. Tenho um radar olfactivo na cara e nunca se desliga... contudo, consigo tapá-lo e iludi-lo respirando pela boca. Por exemplo, quando me aproximo dum peixe... se não me prevenir projecto um vómito. Mas é difícil ser surpreendido, pois quando ainda longe já o meu nariz me ordenou que respirasse pelas goelas.
Noutra noite fui ao Casino Lisboa e não joguei. Tomei dois Vintage e cirandei pelas salas. Espreitei mais a roleta, mas o que quis ver foram as mesas das cartas: bacará e black jack. Teria assistido a umas rodadas da sorte não fosse o cheiro dos corpos dos jogadores e dos mirones amontoados. Não há glamour no Casino Lisboa nem higiene naquele gente.
Por essas e por outras digo: preciso dum açaime no nariz.

1 comentário:

Anónimo disse...

Greets to the webmaster of this wonderful site! Keep up the good work. Thanks.
»