digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, maio 05, 2006

Mão

Tenho umas mãos bonitas, disseram-me. Não as mais lindas, mas bonitas. Não são frágeis como as duma senhora. Contudo têm elegância e masculinidade. Vê-se que nunca trabalho pesado passou por elas e a macieza causa espanto. Têm subtilezas, artimanhas e agilidades traquinas sensuais. As minhas mãos já fizeram coisas bonitas e quando querem ainda conseguem. Porém, para mim lembram-me mais as coisas que estragam. Disseram-me hoje que acabei o que não tinha começado. É capaz de ser verdade. Bem tento ser um bom rapaz, mas a minha cabeça pensa mal e as minhas mãos fazem sempre o que ela manda.

6 comentários:

Anónimo disse...

a eterna dicotomia entre a cabeça e o corpo, a eterna dicotomia entre o bem e o mal, o certo e o errado, o distante e o perto, o doce e o amargo, o amor e o ódio, o encanto e o desencanto, a estagnação e a versatilidade, o velho e o novo...

João Barbosa disse...

Olá palaço que ri, parece-me que não percebi o comentário

Tia Babada disse...

a cabeça manda uma parte e o corpo obedece.
há tantas coisas que gostávamos de tocar e não tocamos.
tantas texturas que gostariamos de sentir...
mas a cabeça prevalece.

Anónimo disse...

Prevalece? Ás vezes...quando o grilo fala.

Anónimo disse...

as mãos serve não para fazer o que o pensamento manda, mas o que o coração ordena!
as tuas mãos são bonitas, sim!
:)
beijinhos!
tem um bom fim-de-semana!

João Barbosa disse...

eheheheh... obrigado sa.ra, mas a mão da foto não é minha... foi roubada na net... eheheheh