digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, maio 12, 2006

Mapa mundi

Ando há anos a desenhar um mapa-mundo. Não tem nada a ver com a Terra, mas tem tudo a ver com o mundo. Nele há continentes e montanhas e rios que, por vezes, parecem desafiar a gravidade. Ando há anos nisto... Gosto de moldar-lhe as formas e das desenhar no papel, de pintar os mares a azul e de fazer riscos da mesma cor a simbolizar os rios. Se bem que as texturas da natureza são belas e variadas, o que me dá mais prazer é traçar descontinuo e pintar a cheio as nações, e nelas salpicar pontos de vermelho-escuro ou de negro: as cidades. Quando acho pronto o meu mapa-mundi disperso alfinetes coloridos a fingir de exércitos e brinco às guerras e anexações. Canso-me depressa e vejo as imperfeições do meu mapa e das suas nações. É motivo suficiente de enfado e ânimo para desenhar outro. Ando nisto há anos.

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