digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, maio 28, 2006

Domingo, estúpido domingo

Mesmo que não fosse domingo, ainda que houvesse praia, em que estivesse todo este calor, tudo em mim seria igual: as mesmas indecisão, culpa, tristeza nostálgica, vazio, buraco na alma e solidão de mim.
O ano está a chegar ao tempo do sem retorno. A partir de agora já não volta para trás. Os dias vão esticar-se nas horas e acalorarem-se absurdamente. Até se estoirarem. Não há maneira dos travarem. Não há água que caia do céu para apagar esta opressão doentia. O Verão é vingador, tirânico e temperamental.
É domingo e está uma sensação quente de culpa. Hoje é um dia estúpido de cheiros abafados na rua e ainda estão para vir o Santo António, as sardinhas e os caracóis. É uma tontura que atira o corpo para a cama a suar. É um abafo que atira o corpo para a rua. O tempo faz-se de momentos semi-perigosos.
Este maldito vazio de palavras e a indecisão quanto a amanhã. Não há dor maior! Quem me dera os meus amores juntinhos!... Todos numa jarra para não morrem de sede. Está um tempo de quase morte, uma opressão doentia e uma despreocupada entrada de Verão.

2 comentários:

Anónimo disse...

Se o Verão começa a espreitar é bom sinal, podia ser a Primavera amena mas já não parece. Não me assusta.
O Inverno interior é mais tirânico do que qualquer calor que nos possa chegar perto da pele, tocá-la e brincar com o nosso odor corporal.

Anónimo disse...

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