Um dia ela disse-me que me daria um presente. Algo único, muito seu. Uma coisa muito simples, que todos vissem, mas ninguém percebesse para além de mim. Com a mão passou rasgou o ar como abrisse uma cortina e fez um risco no céu. Um risco seu, muito seu. Um risco no céu. Um risco só meu.
O risco durou enquanto durou o encantamento daquele amor, daquele momento, daquele olhar. O olhar daquele batente ensolarado, daquela tarde a aquecer a pedir praia. Tenho um risco no céu para sempre. Lembro-me quando começa o tempo de mar azul e cheiro a iodo.
Era um risco só meu, um risco muito seu, um risco no céu.
1 comentário:
Por partes:
Tento ser um bom rapaz. Louva-se sempre a tentativa.
Mas não sei se tenho grande sucesso. Depende de quem te avalia ou da importância que lhe dás.
Acho que estrago sempre tudo. Só depois da "a adega".
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