digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, abril 04, 2006

Risco

Um dia ela disse-me que me daria um presente. Algo único, muito seu. Uma coisa muito simples, que todos vissem, mas ninguém percebesse para além de mim. Com a mão passou rasgou o ar como abrisse uma cortina e fez um risco no céu. Um risco seu, muito seu. Um risco no céu. Um risco só meu.
O risco durou enquanto durou o encantamento daquele amor, daquele momento, daquele olhar. O olhar daquele batente ensolarado, daquela tarde a aquecer a pedir praia. Tenho um risco no céu para sempre. Lembro-me quando começa o tempo de mar azul e cheiro a iodo.
Era um risco só meu, um risco muito seu, um risco no céu.

1 comentário:

Anónimo disse...

Por partes:
Tento ser um bom rapaz. Louva-se sempre a tentativa.
Mas não sei se tenho grande sucesso. Depende de quem te avalia ou da importância que lhe dás.
Acho que estrago sempre tudo. Só depois da "a adega".