digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, abril 20, 2006

O meu veleiro

Não sei navegar. Nem à vela, nem a remos, nem mesmo com motor. Se soubesse ou mesmo se quisesse navegar seria à vela. Não sei navegar. Se soubesse navegar, seria à vela. Se tivesse um barco, seria um veleiro. Se tivesse um veleiro, seria como este. Se tivesse este barco teria um problema: gostaria tanto do navegar por dentro como por fora. É tão bonito vê-lo no mar. Ficaria sempre a nadar à sua frente ou no cais à sua frente.
Não sei navegar. Se soubesse, talvez não navegasse. Que vento me levaria mais a minha lancha e para onde nos levaria? Não tenho para onde queira ir. Por mim ficava no cais enlevado a ver o meu barco ou ficava deitado na água a vê-lo fingir que navegava. Não sei navegar.

1 comentário:

Ana Fonseca disse...

Também não sei navegar... Pelo menos por fora de mim... Vou velejando cá dentro! Também tenho um veleiro para mim! Mas não se vê! Ninguém o vê... Nem eu!