digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, abril 03, 2006

O jardim

O meu jardim é só meu e tem sombras só minhas. É um local solitário de nolstalgias. A luz filtra-se nas folhas e a água da chuva também. Se houver nuvens e um céu muito encoberto é provável que apareçam pequenos seres fantasiosos. Às vezes são duendes e gnomos, outras fadas e fantasmas, outras são festas deles com eles todos. Fazem cirandas e brincam com gargalhadas mudas que só eu oiço... nem que fosse por mais ninguém ali estar. O meu jardim é só meu, tem sombras sombrias, tem sombras só minhas, é um local de solidões nostálgicas e de noites de aflições inquietas. Ali sou só eu quando quero ser só eu. Posso ter a idade que quero e estar com quem quero, desde que não seja real... de matéria. Corro, corro muito ou fico quieto. Atiro-me para o chão, espojo-me ou lanço-me louco contra as árvores para me aleijar.
O jardim que é só meu conhece todos os meus segredos, não os conta a ninguém nem me censura. Tem sombras nostálgicas e outras normais. Só eu sei onde fica.

Sem comentários: