O meu jardim é só meu e tem sombras só minhas. É um local solitário de nolstalgias. A luz filtra-se nas folhas e a água da chuva também. Se houver nuvens e um céu muito encoberto é provável que apareçam pequenos seres fantasiosos. Às vezes são duendes e gnomos, outras fadas e fantasmas, outras são festas deles com eles todos. Fazem cirandas e brincam com gargalhadas mudas que só eu oiço... nem que fosse por mais ninguém ali estar. O meu jardim é só meu, tem sombras sombrias, tem sombras só minhas, é um local de solidões nostálgicas e de noites de aflições inquietas. Ali sou só eu quando quero ser só eu. Posso ter a idade que quero e estar com quem quero, desde que não seja real... de matéria. Corro, corro muito ou fico quieto. Atiro-me para o chão, espojo-me ou lanço-me louco contra as árvores para me aleijar.
O jardim que é só meu conhece todos os meus segredos, não os conta a ninguém nem me censura. Tem sombras nostálgicas e outras normais. Só eu sei onde fica.
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