A Rusa gosta de veleiros e de elefantes. Sempre que vejo uma vela triangular, a que chamam latina, lembro-me da Rusa. Se ela fosse marinheira andava sempre descalça, teria os pés carcomidos pelo sal e navegaria todas as horas à vela, em bolinas e bolandas.
A Rusa gosta de elefantes. Não tem nenhuma explicação para gostar de elefantes. Gosta porque gosta, porque olha para eles e fica contente. Eu gosto de sopa, ela gosta de elefantes. Deve ser pelos regos da pele ou pela expressão enganadoramente doce do olhar do paquiderme.
A Rusa gosta de aventuras e tem um filho, que é o menino de seus olhos e sua maior conquista. Não passa a ferro as rugas das suas gorduras e brinca com ele como todas as mães que são mães. A Rusa gosta de elefantes e as irmãs gostam de ratos e de macacos. Na família dela todos têm um R no nome, por isso são bem dispostos e parece não haver nuvem que lhes tape o Sol.
Na Zambézia há uns veleiros com velas triangulares que são mesmo ideais para os apetites viajeiros da Rusa. Não cabem lá os elefantes, nem os africanos nem os indianos, mas cabe um príncipe, o seu príncipe e todo o seu amor. Por ele e pelos elefantes. Cabem ainda todos os meus beijos, saudades e as gargalhadas que demos juntos.
1 comentário:
Tenho uma boa ideia! E se sonhassemos hoje, os dois, em conjunto, que iamos à zambézia nesses veleiros de velas triangulares?... podias além dos beijos e das gargalhadas, levar sopa e eu levava chá. As saudades podias deixar, pois iamos tratar de as matar. Arranjávamos era mais aventuras que deixassem saudades para depois juntarmos a essas que já tens para aí. E claro, quando já estivessemos fartos de olhar as estrelas e dizer disparates podiamos ver mais uma vez o fabuloso destino de Amelie ou o Delicatessen (também dos meus filmes prefridos) no ceu azul escuro, antes de adormecermos, coisa só possível de fazer quando se reunem mentes de imaginação solta...como as nossas
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