O céu de enganos está onde estou para que o veja e me engane. O mar de aflitos tem vagas calmas sentidas geladas e imensas para que as sinta tremendas. Ando com o medo às costas e a ilusão frente ao olhar.
O mundo não tem a cor que eu vejo e tudo o que espreito é apenas o que quero ver e não o que é. Tento fixar este princípio e não o atino nem memorizo.
A vida não é como gostaria que fosse e as minhas mãos tremem aflitas por cada desaire. Passo a vida a desiludir-me e a iludir-me infinitamente.
Parece haver uma conjura de cores para que me equivoque. O céu tem tantos enganos e armadilhas que chego a pensar que um dia hei-de vê-lo com as cores certas e vou julgar que estou a vê-lo mal.
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