digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, abril 03, 2006

Fim de festa

Estive numa festa de cozinha. Comi bem. Trabalhei num olival sem usar as mãos nem dobrar as costas ou esticar o pescoço. Gostei. Agora tenho de escrever. É este o meu castigo.
Preferia ficar a divagar sobre os encantos dos paladares na festa e a simpatia do chefe de cozinha, que me serviu umas vieiras estonteantes. Preferia escrever sobre o perfume dos queijos estacionados perto dos enchidos de bísaro.
Preferia dizer como são bonitas as oliveiras. As novas e principalmente as velhas. As galegas, as cordovis, as cobrançosas, as que não me recordo o nome e até as arbequinas. Ficam bem sozinhas, na terra, nos vasos e em olivais.
Hoje contento-me com letras menores, mas são essas que supostamente me matam a fome. Pelo menos por agora. Vou e já volto.

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