digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, abril 02, 2006

Estar e estalar

O Sol entrou-me. Tenho a pele a ferver, a estalar. Acho que não foi alegria. Foi bebedeira de luz e calor. Sol mau!
Estiquei as pernas até onde se puderam esticar. Senti-me muito comprido. Não tive coragem para esticar-me para cima, como fazem os gatos quando se espreguiçam. Prolonguei-me perpendicular ao rio.
O Tejo deixou que o atravessasse. Fi-lo muitas vezes com os olhos e talvez umas três com o espírito, que fugia de algumas músicas e do borbulhar saltitão das infâncias. Mas o que gostei mais foi de cruzar o leito com as pernas. Meu Deus, como estive comprido!
Podia ter elasticado até mais longe se o Sol não me arrepanhasse a pele do rosto e esta puxasse as pernas para trás... um horror! Maldito Sol! Que calor esteve hoje!

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